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Te Anau

  • Lisandra Menezes
  • 12 de jun. de 2018
  • 6 min de leitura

Saímos de Invercargill com sol, mas no meio do caminho uma névoa baixa branqueou o dia, ficando assim até chegarmos à cidade de Te Anau, onde havíamos reservado um hotel bem na entrada da localidade.


Quando adentramos o lugar de hospedagem, o recepcionista já estava nos esperando com a reserva, mesmo sem nos identificarmos.


Achamos aquilo estranho, mas como havíamos chegado no horário marcado, talvez ele tivesse adivinhado. Mais tarde, após preenchermos os dados para check-in - e conversarmos um pouco sobre a cidade com o atendente - nos deslocamos para o nosso quarto. O dormitório ficava no primeiro prédio, dentre dois; e cada construção portava dois andares em sua estrutura.


Havíamos deixado o carro num estacionamento vazio do local. Mais tarde, no quarto, entendemos como souberam identificar a gente de início: o prédio inteiro “era nosso”. Não havia mais ninguém por ali.


O quarto era gigante: duas camas de casal, toalete com banheira. Adoramos. Segundo o anúncio do hotel, havia também uma suposta vista para montanhas nevadas. No entanto, como a névoa baixa pairava na redondeza, não pudemos ver nada pela janela.


Decidimos, então, sair para conhecer o povoado, um lugar pequeno.


De início, fomos até o Lake Te Anau, situado ao longo da cidade e próximo de seu Centro. O lago era bonito, mas a tal névoa não nos ajudava com uma visão mais longínqua.


Mais tarde, decidimos passar no i-SITE da cidade (um centro de informações comum no país), onde fomos muito bem atendidos. Lá, uma moça explicou como funcionava o passeio para Milford Sounds (passeio de barco pelos fiordes que passa por cachoeiras e focas no caminho), mostrando empresas que faziam o tour e os valores de cada uma.


Havia uma grande diferença monetária entre os pacotes. Não entendemos os motivos disso. E já que todos ofertavam o mesmo passeio de barco para os fiordes, acabamos optando pelo mais barato.


Ela até nos ofereceu um plano com ida de ônibus, saindo do i-SITE até o local onde pegaríamos o barco. Tal opção também faria algumas paradas para fotos nos lagos locais. O valor do coletivo, no entanto, era maior do que o passeio de barco, e nós já estávamos de carro.


Optamos, deste modo, por ir com o nosso veículo mesmo. Ela, então, nos deu um mapa da estrada com os locais de parada para visualização da natureza. Feito isso, saímos do centro de informações para passear um pouco pela cidade, praticamente deserta. Muitas lojas e restaurantes continham bilhetes em suas portas: abertura somente no verão, alertavam.


No final da tarde, pouco antes de começar a anoitecer, a névoa resolveu sumir. O que nos fez correr para a beira do lago. Ali, encontramos uma trilha calçada o envolvendo, boa para tirar fotos. Ainda pudemos ver, desta vez com clareza, enormes montanhas nevadas ao redor.


Mas logo escureceu


Terminamos o dia jantando em um ótimo restaurante da cidade, chamava-se Toscana Pizzeria e Spaghetteria. Comida e atendimentos aprovados. Depois deste lugar, retornamos ao nosso quarto. Precisávamos organizar a viagem do dia seguinte e dormir cedo.


Novo dia. Nova estrada


Acordamos bem cedo, nos arrumando para sair. Contudo, até as 8h da manhã ainda não havia clareado o dia. Não queríamos pegar a rodovia na escuridão, mas também não podíamos sair mais tarde, já que seria difícil chegar a tempo para nosso passeio de barco. No mais, a ideia era ir com calma na estrada, já que poderia haver gelo e neve em várias partes do nosso caminho.


Antes de sair, ainda olhamos o site da Defesa Civil, verificando se a rota para Milford Sounds se encontrava aberta ou mesmo se havia algum alerta de neve. Se este fosse o caso, antes da partida teríamos que colocar correntes nos pneus do carro. Saímos apenas com uma névoa baixa, mas ainda no escuro.


Felizmente, logo na entrada da rodovia para Milford Sounds, uma placa eletrônica reforçava um rumo aberto e sem neve. Então seguimos viagem. Pelo caminho, no entanto, fruto da neblina, apenas vultos das montanhas podiam ser vistos. Aos poucos, conforme o dia ia amanhecendo, o nevoeiro se dissipou. Mais tarde, então, conseguimos ver com mais clareza as montanhas nevadas que circundam a estrada.


Parada para reflexão


Após poucos quilômetros de rota, encontramos o Mirror Lake, que é o lago mais reflexivo da Nova Zelândia: tudo se espelha nele. Como a neblina ainda estava um pouco por ali, era mais fácil ver as montanhas nevadas refletidas no lago do que olhando-as diretamente.


A estrada que leva ao lago é muito bem sinalizada. Placas anunciam os quilômetros faltantes até a atração. Ao chegarmos perto, podemos encontrar ainda mais sinalizações e um local para estacionar junto à rodovia. O Mirror Lake é praticamente na beira da via. Uma breve caminhada sobre um deque de madeira nos leva ao lago.


Outros espelhos


Mais à frente, seguindo novamente as placas de indicações, encontramos o Lake Gunn. E esse sim estava completamente espelhado, mesmo com a névoa. O lago também porta um local para deixar o carro na beira da estrada. Mas, de qualquer forma, suas águas podem ser vistas ainda da rodovia, sem que seja preciso fazer trilhas ou caminhadas.


Belos lugares seguiam aparecendo


Durante toda a viagem, fomos cuidando as placas, parando em vários locais interessantes. Conferimos, assim, montanhas, cachoeiras e mais lagos. Todos valem muito a pena. Por isso, se você fizer este mesmo trajeto, vá cedo para conferir tudo isso antes do passeio de barco no Milford Sounds.


Perto da chegada, nos deparamos ainda com um túnel de corrente única, em obras. Somente um fluxo de veículos passava por vez. Além disso, o ponto fechava para obras das 18h às 3h, impossibilitando a passagem de quem por acaso cruzasse por ali neste horário, por exemplo.


Conseguimos chegar ao Milford Sounds às 10h40min. Nosso barco partiria às 11h20min. O estacionamento é na entrada do parque, com placas identificando o local.


Para chegar ao ponto de embarque, tivemos que caminhar por uma trilha coberta de madeira. Lembrando uma rodoviária ou aeroporto, uma estrutura envidraçada portava as agências de cada passeio. Ali fora, barcos estacionados aguardavam seus tours.


Quando fizemos o check-in no guichê de nossa operadora, recebemos os cartões de embarque. Dali de dentro já podíamos ter uma vista linda dos fiordes. Ficamos ali sentados um pouco, comendo uns salgadinhos e esperando nosso passeio. Logo nos chamaram.


Um barco de três andares nos esperava. Seus dois primeiros pisos traziam bancos e mesas com grandes janelas de vidro. Já no terceiro andar, um deque aberto estava disponível, também com assentos para quem quisesse descansar.


Para esquentar o pessoal, a embarcação servia café e chás gratuitamente. Apesar do frio que fazia no dia de nossa visita, ficamos o tempo todo no deque, admirando a vista. O local é incrível. Na ida fomos a favor do vento, bem tranquilo.


Na volta, no entanto, contra o vento, o frio ficou mais intenso, e os cabelos bagunçados. Embora estivéssemos cada um com dois blusões de lã, jaquetas impermeáveis, luvas, toucas, cachecóis e duas calças, continuávamos a passar frio. Curiosamente, contrastando com aquela friagem toda, havia um grupo de garotos de bermuda. (Não sei como aguentavam).


Na parte final do passeio, o barco passa bem próximo a uma cascata, espirrando água em quem está mais à frente da embarcação. Aí sim, o frio superou todas as nossas expectativas.


Uma última vista


Quando saímos do barco, ainda ficamos um tempo na rua próxima ao local de embarque, tirando fotos e tomando coragem para ir embora daquela paisagem maravilhosa. Mas tínhamos que partir.


O retorno


Na volta, já que o sol vinha forte e não havia mais névoa, passamos novamente no Lake Gunn. Contudo, infelizmente, a luz solar não refletia no local naquele momento do dia. Fica a dica: O Lake Gunn só é espelhado na parte da manhã, por causa da posição solar. Aproveite este período para tirar suas fotos.


Seguindo caminho, resolvemos passar novamente pelo Lake Mirror, mas já com poucas esperanças de encontrá-lo a refletir. Para nossa surpresa, o ponto estava ainda mais espelhado. Sem a névoa, conseguimos tirar outras fotos. O lago portava um reflexo muito maior.


Após tais paradas, finalmente partimos para a nossa viagem de volta. E morrendo de fome, pois em Milford Sounds não havia restaurante.


Te Anau mais uma vez


Às 16h estávamos em Te Anau, e a névoa ainda não havia se dissipado na cidade. Uma paisagem branca; o lago, invisível.


Mais tarde, por volta das 18h - e após um banho e um pouco de descanso em nosso quarto - fomos para o Centro da cidade para jantar, escolhendo o mesmo restaurante do dia anterior, que havíamos adorado.


Pedimos um cardápio especial para casal, com direito a uma entrada (pão grelhado); prato principal (qualquer um do menu); uma bebida (podendo ser cerveja) e ainda uma sobremesa. Um total de NZD $ 60,00 para duas pessoas.


Acabamos nos contentando apenas com uma sobremesa. Era tanta comida que ainda levamos alguma coisa para casa. Como só havíamos comido salgadinhos durante o dia, e estávamos famintos, aquela jornada toda merecia uma refeição assim para ser finalizada.


Te Anau

Foto que tiramos no nosso passeio ao Milford Sounds


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